Eike Batista e a Engenharia de Produção - um fracasso na gestão de empreendimentos?
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Eike Batista e a Engenharia de Produção - um fracasso na gestão de empreendimentos?



   Recentemente fiz uma publicação no Total Qualidade intitulada: "O que falhou no Projeto de Eike Batista de se tornar o homem mais rico do mundo?". Nela afirmei que iria realizar um estudo pessoal e uma publicação sobre o recente caso de perda de dinheiro de Eike Batista. Sempre torci pelas suas iniciativas e por seus projetos, nos quais tive amigos trabalhando diretamente.  Mas agora, pairam muitas dúvidas sobre toda essa história.

   Nos últimos dias tenho acompanhado de forma expressiva as notícias sobre a queda livre nos negócios de Eike Batista.  Terá sido Eike Batista um empresário de sucesso conforme noticiado no passado ou apenas um showman que enganou investidores no Brasil e no mundo com suas projeções e expectativas infladas de forma descontrolada?
 
   Recentemente me interessei por ler o livro Eike, o Homem que vendia Terrenos na Lua.  Onde é comentado que o império X foi criado muito mais com base em promessas e expectativas do que com resultados consistentes de anos de lucros de suas empresas.
 
   Uma outra pergunta intrigante é, como as empresas de auditoria de renome internacional mudaram tão repentinamente suas previsões, recomendações para compra e classificações sobre as empresas do grupo X?  Será que elas foram também tão inocentes?

   No caso da bolha de 2008 nos Estados Unidos tivemos também falhas na classificação de certos papéis de alto risco, os subprimes classificados como de baixo risco por agências internacionais de renome, tais papéis receberam a classificação AAA.  Será que tais empresas não deveriam ser realmente independentes e apontar a realidade do risco nas diversas opções de investimentos?

   Sabemos que em uma auditoria deve haver principalmente independência.  Será que tem sido assim? As empresas de Eike pareciam blindadas, infalíveis, um investimento de altíssimo risco, e conforme classificado, imunes ao erro.  Como Eike mesmo dizia, à prova de idiotas.

   Recentemente apareceu uma notícia no Estadão falando sobre uma história parecida,  na empresa TVX de Eike, no final dos anos 80 que chegou a ser uma das maiores empresas de ouro do mundo e que viu suas ações despencarem de US$ 722 para US$ 0,27.
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-ascensao-e-a-queda-da-tvx-gold--a-primeira-empresa-x-de-eike-batista-,1060447,0.htm

   Será que a imprensa já não tinha tais informações antes de possivelmente contribuir para inflar a bolha?  Sabemos que todo empreendedor vive de erros e acertos, mas esse talvez tenha sido pouco discutido.
 
   Como bancos e corretoras puderam supervalorizar as ações da petroleira OGX e indicar o investimento acima de R$ 20,00 ?  Hoje ações da mesma são negociadas a menos de R$ 1,00.
http://brasileconomico.ig.com.br/noticias/investidor-se-prepara-para-investir-na-ogx-em-2013_123564.html
 
   Terá sido propaganda pesada demais para inflar a bolha ou os riscos do petróleo são imprevisíveis?

   Eu, como a maioria dos pequenos investidores, mais como um empreendedor, me vejo certamente frustrado com toda essa história, confesso que nunca comprei ações das empresas X, mas desembolsei dinheiro para comprar o livro O X da Questão que li e comentei algumas vezes aqui no blog.  Queria conhecer sua história, sua gênese, e o que vinha desenvolvendo para ser tão radical e impressionante nos negócios.

   Mas penso hoje naqueles que investiram em previsões confirmadas por empresas de auditoria, bancos e até com aval de instituições sérias e de alta competência técnica como o BNDES, muitos aplicaram o dinheiro batalhado e poupado em anos de trabalho.  No final, quando uma bolha estoura, só há uma certeza, o pequeno investidor é quem mais vai pagar o prejuízo.  Vemos aqui um aprendizado importante, o risco precisa ser gerenciado.



   Veja algumas informações retiradas do livro Eike, O Homem que vendia terrenos na Lua. Mais uma fonte de informações para quem tem curiosidade sobre esse assunto e disponível na Amazon.

"Recentemente por determinação da editora "O X da questão" foi retirado das prateleiras das livrarias, diante da constatação de que pegaria muito mal continuar vendendo a obra num cenário de derretimento do império X. "
 
"Mas certamente foi decisivo o papel de grandes bancos de investimento como Credit Suisse, Itaú BBA e  BTG Pactual, bem como de seus analistas, que venderam suas ações e produziram relatórios recomendando  a compra aos investidores. Além, é claro, dos jornalistas que ajudaram a soprar a bolha."
 
By: http://aengenhariadeproducao.blogspot.com.br/



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